quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Além das luzes dos vasos.

Que este sorriso existe
Não há Deus Sol que duvide
Pois brilha pra todos os lados
E o sorriso brilha de volta.

Que expressa palavras brilhantes
Que vêm dos neurônios excitantes
O caderno não deixa negar
Pois está cheio de brilho e de cor.

O corpo onde mora é real
O mar aprovou o teu gosto
E a pálida areia da praia
Sorri, afundando aos teus pés.

Esse sorriso existe.
E foge da minha miragem.
Se esconde atrás das cortinas mais belas do trópico sul.

E eu vago por todo o Atlântico
Confio nos meus astrolábios
Que cantam cantigas perdidas e fazem amor com o céu.

Que esses lábios e dentes dançantes
Encontrem meu corpo no mar
Me beijem, mastiguem, deglutam.

E que o resto do corpo conduza
Meu ser à pequena circulação
Pois é lá que guardas teu melhor sorriso.

Entre um coração e o outro.

domingo, 4 de setembro de 2011

Rubro.

O silêncio me diz tudo secretamente.

Que o vermelho mais nítido sangra
No pedaço mais frouxo de carne.

Que a demora é a dor de quem sangra
No pedaço mais fundo de carne.

Que o disfarce mais prático sangra
No pedaço mais forte de carne.

Que a verdade mais íntima sangra
No pedaço mais feio da carne.

Que o carnaval desses carnívoros amantes
No coração, se torna festa de facas.

E que a força que nos resta no peito
Chora sangue por já chegar tão fraca.

O silêncio me diz tudo secretamente.

Ao Braço de Outro Menino Jesus quando Appareceo

Se a parte de Deus é o todo
E Deus já me deu sua parte
Espalho-me por toda parte
Até tocarem-me todo

Mas parte de Deus me quer todo
Me come as íntimas partes
E todo esse sangue que parte
É parte de um istmo todo

E feito o concerto, em parte
Causando o pânico todo
Deixaram os cegos sem parte

E Deus, iludido e todo
Já louco com todas as partes
Gastou o meu crédito todo