domingo, 4 de setembro de 2011

Rubro.

O silêncio me diz tudo secretamente.

Que o vermelho mais nítido sangra
No pedaço mais frouxo de carne.

Que a demora é a dor de quem sangra
No pedaço mais fundo de carne.

Que o disfarce mais prático sangra
No pedaço mais forte de carne.

Que a verdade mais íntima sangra
No pedaço mais feio da carne.

Que o carnaval desses carnívoros amantes
No coração, se torna festa de facas.

E que a força que nos resta no peito
Chora sangue por já chegar tão fraca.

O silêncio me diz tudo secretamente.

Ao Braço de Outro Menino Jesus quando Appareceo

Se a parte de Deus é o todo
E Deus já me deu sua parte
Espalho-me por toda parte
Até tocarem-me todo

Mas parte de Deus me quer todo
Me come as íntimas partes
E todo esse sangue que parte
É parte de um istmo todo

E feito o concerto, em parte
Causando o pânico todo
Deixaram os cegos sem parte

E Deus, iludido e todo
Já louco com todas as partes
Gastou o meu crédito todo